Trecho da entrevista cedida à Adriana Zarvos por ocasião dos 50 anos de jornalismo de Castello Branco
C.B - Eu estava no Estado de Minas, quando uma tarde tocou o telefone. Fui atender, era o Carlos Lacerda:
- Castello, estou aqui assumindo o Diário Carioca, diretor do Diário Carioca, você quer vir trabalhar comigo?
- Quero. Aí falei:
- Você vai me dar um prazo, né?
- Que prazo?
- Uma semana
- (ele riu) - Está bem, quinze dias, vinte dias, está bom?
Eu liquidei minha situação em Belo Horizonte, saí do jornal, dos Diários Associados, me demiti, fui para o Rio. Cheguei no Rio, saí de casa assim de tarde, depois do almoço, fui para o Diário Carioca. Cheguei lá, o Diário Carioca ficava na Praça Tiradentes:
- Seu Carlos Lacerda está?
- Não, não trabalha mais aqui.
Bem, aí fiquei na mão. Não conhecia ninguém no Rio pra ajudar, estava ali a chamado do Carlos Lacerda que conhecia porque ele tinha sido diretor da Agência que era dos Associados e ia a Belo Horizonte onde me botou como secretário da Meridional em Belo Horizonte; então fiquei conhecendo o Carlos Lacerda nessa época. Ele ainda era ligado ao Partido Comunista nessa época. Eu saí, dizendo: pronto, estou desempregado. Eu desci ali, fui na direção da Av. Rio Branco, na esquina da Rua da Constituição com a Av. Rio Branco encontrei o Neiva Moreira.
Ele disse:
- Carlito, o que você faz aqui? (me chamava de Carlito) aí eu contei a ele. Aconteceu isso.
- Espera, eu estou no O Jornal no lugar de sub-secretário, tem um lugar aqui, mas você tem que começar agora. Você aceita?
Eu disse - Aceito - e comecei a trabalhar na mesma hora.
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